Como seria se pudéssemos começar de novo?

Quantas vezes nos pegamos pensando ou dizendo que, se pudéssemos começar a vida novamente, faríamos tudo diferente? Se tivéssemos uma chance a mais para viver de novo, trilharíamos outro caminho, dessa vez mais certeiro, para a tal felicidade.

Gostaríamos de ter mais vidas para poder começar tudo de novo, de outra forma, em outro lugar. Como se houvesse alguma garantia de que dessa vez fosse dar certo. Acreditamos que mudando as coisas que foram, da maneira que foram, conseguiríamos achar o caminho certo. Mas que caminho é esse? Certo para quem? Certo por quê?

Ansiamos por uma repetição de espaço e tempo em branco, outra e outra vez. Gostaríamos de poder escrever a lápis naquela única folhinha em branco que nos foi concedida, sem chance de rascunho, para que pudéssemos apagar os rabiscos ensaiados.

É verdade que se afastar de pessoas e se mudar para outros lugares podem ser paliativos para nossas dores. Às vezes é só o que temos, é só o que podemos naquele momento. Só que, no fundo, não importa aonde vamos, nossa história nos acompanha com todas as suas glórias e misérias.

Na impossibilidade de uma nova folha em branco para traçar rotas inéditas, nos resta fazer as pazes com a possibilidade de achar cantinhos em branco da nossa velha folha rasurada, amassada e suja para desenhar rotas possíveis e, quem sabe, surpreendentes.

"Se eu pudesse começar de novo

Um milhão de milhas distante

Eu me conteria

Eu encontraria um caminho"

Música "Hurt" | Trent Reznor | tradução: de origem duvidosa

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